Nos últimos anos, a tecnologia tem revolucionado diversas áreas da nossa vida, incluindo a saúde mental. A terapia via Inteligência Artificial (IA), por exemplo, tem ganhado adeptos pelo mundo afora, com promessas de respostas rápidas e assertivas. No entanto, quando falamos de terapia e psicanálise, será que essas inovações tecnológicas podem realmente substituir o contato humano? Vamos refletir sobre isso.
A beleza da terapia tradicional está no encontro entre duas pessoas – o terapeuta e o paciente. Os sentimentos, as questões e os afetos que surgem nessa relação são únicos e exclusivamente humanos. Esse é um espaço de troca onde os inconscientes de ambos interagem. A partir dessa interação, algo único acontece. Não é uma questão de simplesmente dar respostas certas – é sobre acolher, interpretar e ajudar a transformar a experiência subjetiva do paciente.
Embora as ferramentas de IA possam oferecer respostas práticas e até corretas, muitas vezes essas respostas acabam sendo genéricas, baseadas em uma vasta coleta de dados e depoimentos. Porém, a grande questão é que a terapia lida com subjetividades. Cada indivíduo é único, e o que funciona para uma pessoa dificilmente será a solução para outra.
Por outro lado, a terapia via IA, por mais inovadora que seja, se limita a uma junção de muitos dados. As respostas podem até fazer sentido, mas, muitas vezes, são rasas e não atingem a profundidade necessária para uma verdadeira transformação. No fundo, todos nós precisamos ser ouvidos por alguém que entenda nossas dores e emoções de maneira humana, com a empatia e a sensibilidade que só o contato real pode proporcionar.