Celina da Costa Silva, aos 60 anos, tem uma história inspiradora que reflete a força da resiliência e o valor de sonhos que se mantêm vivos. Formada em Ciências Atuariais pela UFRJ e atualmente superintendente de Controladoria e Atuária da Brasilprev, Celina construiu uma carreira de mais de três décadas no setor de finanças e seguros, enfrentando o desafio de crescer em um ambiente majoritariamente masculino. Com muitas conquistas e experiências, incluindo trabalho no exterior, Celina tornou-se uma referência na área. Mas, enquanto sua vida profissional avançava, o desejo de ser mãe também foi se tornando mais forte, preenchendo seus pensamentos com uma possibilidade que ela ainda esperava alcançar.
Esse desejo de maternidade se tornou mais claro quando Celina conheceu seu marido aos 45 anos. Após o casamento, a ideia de ter filhos parecia um sonho tangível, mas logo veio o diagnóstico de esclerose múltipla do marido, que trouxe desafios inesperados. A vida de Celina transformou-se: além do trabalho exigente e das demandas diárias, ela também assumiu os cuidados dos pais, que sofriam de condições degenerativas. Enfrentar tudo isso a fez refletir sobre a possibilidade de adotar uma criança e, com o apoio do marido, Celina decidiu seguir em frente com a adoção, buscando uma nova maneira de realizar o sonho de formar uma família.
O processo de adoção, no entanto, foi longo e cheio de reviravoltas. Durante os seis anos de espera, Celina enfrentou diversas pausas e desafios. Inicialmente, a homologação da adoção durou dois anos, pois ela recebeu uma oportunidade de fazer um treinamento de oito meses nos Estados Unidos e, na época, o Fórum da Infância e da Juventude não realizava processos remotamente. Após a homologação, ainda enfrentaram quatro anos na fila de espera, com a pandemia retardando ainda mais o processo.
Em 2021, ela compartilhou parte dessa jornada no livro Mulheres nas Finanças, Volume 1, onde relatou as experiências que a levaram a essa decisão e a espera pela aprovação da adoção. Em setembro de 2022, quando finalmente receberam a notícia de que haviam sido aprovados para adotar duas irmãs, o marido de Celina estava com receio de seguir adiante, pois havia tido um novo surto da esclerose múltipla e agora utilizava cadeira de rodas. Mesmo assim, Celina insistiu para que ouvissem a história das meninas, acreditando que a vida traria sinais. E assim aconteceu: a filha mais velha tinha o mesmo nome da irmã do marido, que falecera aos 36 anos de lúpus, e o aniversário dela coincidia com o dia de nascimento da mãe dele.
A chegada das meninas foi um marco emocionante, concretizando o desejo que ela guardava em seu coração há tanto tempo. Aos 60 anos, Celina finalmente pôde viver a maternidade, descobrindo-se em uma nova fase de amor e aprendizado com as filhas. Para Celina, a adoção foi uma escolha de amor e um caminho para compartilhar sua vida, experiência e valores com as meninas. Cada dia ao lado das filhas traz novos desafios e alegrias, permitindo-lhe vivenciar a maternidade de uma forma única. Ela vê na adoção uma oportunidade de transmitir tudo o que aprendeu ao longo de sua jornada e de oferecer às meninas um lar cheio de amor, apoio e segurança.
Aos leitores do Minha Idade Não Me Define, Celina compartilha uma mensagem de encorajamento: “Nunca é tarde para realizar um sonho. A jornada pode ter curvas e obstáculos, mas cada experiência traz um aprendizado que nos fortalece. Siga o seu coração e acredite que o amor e a esperança encontram o caminho para preencher nossa vida de sentido.”