Eu estava no banho, quando senti um carocinho. Na hora, pensei que fosse só um pelinho encravado e não dei muita importância. Só que o tempo passou e, da próxima vez que toquei, o caroço estava maior. Foi aí que o medo bateu.
Procurei ajuda médica, mas entre a primeira consulta e o dia da biópsia, se passaram 8 meses! A médica inicial me disse para não me preocupar, que o nódulo estava claro na ultrassonografia, mas seguimos com os exames. E aí veio a notícia: era câncer. Eu fiquei sem chão.
Saí da consulta desnorteada, sem saber o que fazer ou pensar. Só tinha uma certeza: precisava me livrar daquilo.
Com o apoio de uma equipe médica incrível, comecei os exames pré-operatórios. Embora tivesse descoberto na fase 2, eu ainda era jovem e havia esperança. Após a cirurgia, veio a quimioterapia, e foi um período extremamente difícil. Passei muito mal e, por mais que as pessoas falassem que “Câncer de mama é comum”, quando acontece com você, a sensação é bem diferente. Eu não queria ouvir mais nada, só queria superar aquilo.
Foi durante essa fase que uma pessoa especial entrou na minha vida: Sylvia Loeb. Mais do que uma psicanalista, ela foi uma amiga que me deu forças para continuar. Foi ali que entendi a importância de ter uma rede de apoio.
Menopausa e quimioterapia
Com o tratamento, veio uma menopausa forçada. A quimioterapia muitas vezes danifica os ovários, resultando numa menopausa induzida. Sem poder fazer reposição hormonal, enfrentei as temidas ondas de calor, a falta de libido e o impacto emocional. Aos 49 anos, eu ainda me sentia jovem para passar por isso – minha mãe, por exemplo, entrou na menopausa aos 58. Mas, precisei lidar com essa nova realidade.
Aprendizados
O câncer me trouxe uma nova perspectiva de vida. Aprendi a me priorizar, tanto fisicamente quanto emocionalmente. Adotei o mantra: “Primeiro você, depois você e depois você de novo.” Isso mudou a minha maneira de encarar o mundo.
Meu conselho? Cuide-se.
Se eu pudesse dar um único conselho, seria: faça o autoexame, conheça seu corpo e coloque-se sempre em primeiro lugar. Quanto mais cedo você descobre, maiores são as chances de cura. Esse foi o meu caso: operei, cuidei e agora sigo em tratamento pelos próximos cinco anos. Mas o mais importante: estou viva.