Você já teve ter ouvido falar das Blue Zones, as cinco regiões onde vivem as pessoas mais longevas e saudáveis do planeta: Okinawa, no Japão; Sardenha, na Itália; Loma Linda, na Califórnia; Icaria, na Grécia; Nicoya, na Costa Rica.
Cada bom hábito adotado por essas populações está esmiuçado no livro Zonas Azuis: A solução para comer e viver como os povos mais saudáveis do planeta (nVersos), escrito pelo jornalista da National Geographic e pesquisador norte-americano Dan Buettner.
Essa mina de ouro, que podemos incorporar em nossa rotina, embasou a minissérie da Netflix, Como viver até os 100 anos: Os segredos das Zonas Azuis. Ao longo de quatro episódios, somos informados de que, nessas localidades, grande parte dos velhos não só ultrapassa a faixa dos 100 anos de idade, mas também envelhece da maneira mais saudável possível, ou seja, livre de doenças como câncer, diabetes, problemas cardiovasculares e demências.
E, ainda por cima, são serenos e felizes.
A questão-chave da longevidade, segundo Buettner, “não é tentar impedir a morte, e sim aprender a viver.”
Quer saber como isso é possível? Nós te dizemos agora mesmo, torcendo para que as boas práticas das Blue Zones elevem a qualidade do seu cotidiano e injetem vida em seus dias.
1-Alimentação saudável
Comida caseira, preparada com calma e ingredientes frescos, dentre eles, grãos integrais, legumes, frutas, vegetais e castanhas, são uma constante nas cinco regiões mais longevas do mundo.
Em Okinawa, Japão, há uma aliada poderosa: a batata-doce roxa, que corresponde a 70% da ingestão calórica dos moradores desse arquipélago. Anote aí: ela é rica em fibras e carboidratos complexos e tem cerca de 150% mais antioxidantes ativos do que o mirtilo.
2-Moderação
Além de manter uma dieta à base de vegetais, grãos, cereais, ervas e frutos do mar, os japoneses praticam o “hara hachi bu”, que significa parar de comer quando estiver 80% satisfeito. Sentir-se saciado, sem sobrecarregar o sistema digestivo, é receita infalível de bem-estar e de prevenção da obesidade.
3-Prevenção
Receber cuidados periódicos para evitar doenças ou detectá-las antes que se tornem um problema maior, como acontece na Costa Rica, que possui um bem-sucedido programa de atendimento médico domiciliar, precisa ser uma prerrogativa de todas as classes sociais em todos os cantos do mundo.
4-Controle do estresse
Além de se desconectar da agitação com frequência e se dedicar a atividades prazerosas, que trazem contentamento e aprofundam a espiritualidade, há outra estratégia para amenizar o estresse.
Na Sardenha, os habitantes locais aprenderam a desviar o foco dos grandes problemas do mundo e se concentrar naquilo que está ao alcance deles. Sentir que somos capazes de resolver os problemas que nos são dados gera sensação positiva de enfrentamento e superação. Com isso, o corpo fica protegido da inflamação provocada pelos estados estressados.
5-Atividade física regular
Na hora de escolher uma atividade física depois dos 50, dê preferência aos esportes coletivos, pois eles combinam dois fatores importantíssimos para a longevidade: exercício e comunidade. A percepção de que alguém se importa com a gente e deseja a nossa companhia é um belo antídoto contra a depressão. Os moradores de Loma Linda que o digam, pois eles estão sempre agitando uns aos outros para formarem times de tudo quanto é esporte.
Mas também há outro tipo de movimentação valiosa para o envelhecimento saudável e que prevalece em todas as Blue Zones: a atividade física leve e de baixa intensidade. Isso significa manter-se ativo no dia a dia, seja para fazer as tarefas domésticas, cuidar do jardim, seja para ir a pé ao mercado e carregar as compras. Esse estilo de vida aumenta a força corporal, acelera o metabolismo e melhora o equilíbrio.
6-Rede de apoio
Ter amigos fiéis com quem se divertir é fundamental para encontrar prazer em viver. Ah, os gregos de Icaria sabem disso! Mas igualmente crucial é contar com uma rede de apoio confiável e engajada com a ajuda mútua. Esse fator afasta a solidão, fortalece os vínculos humanos e assegura o cuidado quando mais precisamos dele.
7-Trabalho Voluntário
O mundo está cheio de coisas precisando de conserto, não é mesmo? Pois saiba que se sentir útil, produtivo e a serviço da humanidade nos tira do foco exagerado em nós mesmos e produz um tipo elevadíssimo de alegria. E ainda fortalece as conexões sociais.
8-Propósito
Os japoneses cultivam o ikigai, senso de propósito, algo que os motiva a levantar todos os dias e deixar um legado para as gerações vindouras. Você também pode chamá-lo de plano de vida, como fazem os costarriquenhos. O espírito que anima esses conceitos é o mesmo. Uma verdadeira turbina para o envelhecimento ativo e o aprendizado contínuo.
9-Relacionamentos felizes
Relações saudáveis, que nos enriquecem e acalentam, nos inundam com hormônios e neurotransmissores ligados à sensação de conforto e pertencimento, contribuindo decisivamente para uma vida longa e plena. Não por acaso, os moradores das Blue Zones priorizam parceiros, nutrem seus relacionamentos e investem constantemente neles.
10-Bom humor
Ver graça nas coisas, levar as situações menos graves na brincadeira, buscar divertimentos, fazer os outros felizes e não guardar a raiva por muito tempo são conselhos dados de mão beijada pela sorridente Umeto Yamashiro, de 101 anos. “Essa minha risada é o que dá longevidade”, ela explica, radiante.
Como viver até os 100: Os segredos das Zonas Azuis
(Minissérie, 4 episódios, EUA, 2023, 158 min)
Onde assistir: Netflix
Pesquisa e apresentação: Dan Buettner (@danbuettner)
Para saber mais, assista à palestra de Dan Buettner, no TED, intitulada “Como viver para ter mais de 100 anos”.
Livro Zonas Azuis: A solução para comer e viver como os povos mais saudáveis do planeta (nVersos).
Veja o que a National Geographic diz sobre as Blue Zones.