Viveremos muito mais do que nossos antepassados, uma vez que a expectativa de vida atual dos brasileiros tem fôlego para nos fazer chegar longe. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), esse dado pulou de 76,8 anos para 77 anos. Considerando apenas as mulheres, há um ligeiro aumento: 80,5 anos; só os homens, 73,6 anos.

A perspectiva de viver bastante é inspiradora, porém nos coloca face a face com o assunto finanças. Não tem jeito: ou a gente se organiza e poupa dinheiro para a velhice ou não chegaremos lá na frente com autonomia, acesso a recursos de saúde confiáveis, além de bem-estar, lazer e novos aprendizados.

Por isso, queremos que você inclua em seus cuidados cotidianos um tópico fundamental: a longevidade financeira. É preciso ordenar as prioridades, planejar e investir hoje para garantir uma velhice segura e confortável. 

Há muito o que aprender nessa seara. Isso vale tanto para quem já começou a colocar a vida financeira em dia quanto para quem pretende dar os primeiros passos e, aos poucos, adquirir parâmetros para tomar decisões acertadas – aquelas que vão impactar diretamente sua qualidade de vida.

Não existe essa história de estar muito velha para começar a poupar!

Tome posse do seu futuro agora, porque ele só pertence a você. Façamos um exercício hipotético. Só para te dar um exemplo, se quiser manter uma renda de 10 mil reais por 30 anos (dos 60 aos 90, digamos) vai precisar de uma reserva acumulada de cerca de 3,5 milhões de reais, considerando juros de 1% ao ano nos próximos 30 anos. 

Percebeu como a alegria de sobreviver além dos 90 trará junto o imperativo de investimentos mais polpudos?

Mulheres que não trabalham fora precisam ficar ainda mais atentas e se proteger da falta de dinheiro no futuro. Elas devem cuidar da própria aposentadoria, regularizando sua situação no INSS e, se possível, fazendo uma previdência complementar. “Quem deve pagar por isso é o marido, afinal a mulher está trabalhando, sim, mesmo que em casa, para o bem-estar do casal e da família. É muito importante que ela se proteja para evitar problemas futuros em caso de separação”, alerta Mara Luquet, jornalista especializada em finanças e economia.

A seguir, separamos os 5 pilares da longevidade financeira!

5 pilares da longevidade financeira

Você encontra boas orientações no Instituto de Longevidade. A entidade criou uma metodologia para ajudar as pessoas a fazerem o melhor uso de seus recursos pensando a longo prazo, independentemente da idade e da classe social. 

Ela engloba os seguintes tópicos:

1) Poupar certo

Ter objetivos claros ajuda bastante a consolidar a disciplina necessária para juntar dinheiro. Depois de compor uma reserva de emergência, fundamental para cobrir imprevistos sem ter de recorrer a empréstimos bancários, comece a separar um montante para a aposentadoria, outro para os sonhos que deseja realizar. 

Você pode começar com pouco e ir aumentando a cota. Ou então, colocar na ponta do lápis quanto precisará poupar e por quanto tempo para alcançar sua meta.

2) Gastar bem

O que não faltam no mundo capitalista são apelos de consumo. Será mesmo que a gente precisa comprar tantas coisas para a vida ter mais graça? 

Essa reflexão pode parecer simplória, mas é crucial para se rever gastos desnecessários que se repetem, esvaziando o bolso. Segundo os especialistas, mais vale segurar a vontade de gastar à toa e escapar dos juros para conseguir juntar dinheiro e investir gerando juros para desfrutar futuramente.

3) Ganhar mais

Quando os ganhos são insuficientes para atravessar o mês e ainda ter folga para a poupança, a saída é criar meios de gerar renda extra. Qual é a aptidão e o conhecimento de que você dispõe e que pode ser oferecido às pessoas como um serviço? 

A internet e as redes sociais estão à sua disposição para você divulgar o que deseja vender, seja um trabalho freelancer, seja uma consultoria, um alimento ou algum tipo de assistência. Em qualquer idade, é possível oferecer algo que tenha utilidade e valor para a sociedade.

4) Investir melhor

Não basta poupar, é preciso fazer o dinheiro guardado render. Ou seja, deixar que ele trabalhe a seu favor por meio dos “juros compostos” ou “juros sobre juros”. Como existem muitas opções de investimentos, em linhas gerais é fundamental conhecer o objetivo e o prazo antes de decidir onde alocar sua aplicação. 

Se você não tem pressa para ter liquidez no curto prazo, terá opções mais rentáveis. E, quanto mais diversificadas elas forem, melhor. Assim, você não ficará à mercê de uma única fonte. Portanto, escolha bem a instituição na qual irá investir e cerque-se de profissionais credenciados.

5) Proteger capital

Imprevistos acontecem e ninguém está livre de adoecer ou se acidentar e ficar impossibilitado de gerar renda – o que, dependendo do cenário, pode sugar o patrimônio construído ao longo de décadas. 

Por isso, contratar um seguro para uso em vida é uma decisão das mais sábias, além, claro, do seguro em caso de falecimento. Um especialista poderá orientá-la levando em conta as especificidades da sua realidade.

Comece já a organizar seu planejamento financeiro

Você deve ter percebido que não restam dúvidas de que não há tempo nem dinheiro a perder. Então, vamos pensar juntas em termos práticos. O que você pode começar a fazer já para organizar suas finanças:

Pense primeiramente em você

É importante frisar esse ponto, porque mulheres têm muita dificuldade em fazer isso. Elas pensam na família antes de pensarem em si mesmas. E, quando vão ver, já abriram a carteira para companheiros, filhos e netos. Olha só seu dinheiro indo embora…

Pague a você primeiro

Você estabelece uma meta para o que almeja. Eu quero dinheiro para aposentadoria, para viajar, trocar de casa, de carro. Então, vai se interrogar: quanto eu preciso guardar por mês, por semestre, por ano? A partir daí, começa guardando, só depois você traça o seu orçamento mensal.

Guarde pouco, mas guarde sempre

Quanto guardar, claro, vai depender muito caso a caso, bem como do momento da vida. O lado positivo é que você pode começar guardando um tanto e depois aumentar essa quantia ou começar com mais e depois diminuir. O importante é manter a disciplina.

Contrate um consultor financeiro

Se estiver perdida em meio a tantos números e possibilidades de fazer bom uso dos seus recursos, com certeza este profissional vai te ajudar a enxergar seu orçamento. 

Ou seja, vai apontar os ralos por onde seu dinheiro está escapando das suas mãos e orientá-la no sentido de estabelecer prioridades. Daí pra frente, com as contas organizadas, vai ficar mais fácil tomar decisões financeiramente inteligentes.

Conclusão

Além desses passos, é crucial desenvolver uma mentalidade financeira saudável. Isso significa entender que cada decisão de gasto hoje pode impactar seu futuro. 

Pequenas economias, quando somadas, podem se tornar grandes montantes. Isso te leva a pensar duas vezes antes de fazer compras por impulso ou investir em coisas que não são essenciais.

Outro ponto importante é se educar financeiramente. Hoje, temos acesso a uma infinidade de recursos online, desde blogs e podcasts até cursos e vídeos, que podem ajudar a entender melhor o mundo das finanças. Aproveite essas ferramentas para aumentar seu conhecimento e tomar decisões mais informadas.

Por fim, lembre-se de que o planejamento financeiro é um processo contínuo. Conforme a sua vida muda, suas finanças também mudarão. Por isso, revise regularmente seu plano financeiro para garantir que ele ainda atenda às suas necessidades e objetivos. 

Isso inclui avaliar seus investimentos, reavaliar suas metas e ajustar seu orçamento conforme necessário. Com essas práticas, você estará no caminho certo para uma saúde financeira duradoura e segura.

Inclusive, para te ajudar nesse processo, preparamos um desafio especial! Confira:

Desafio das 52 semanas para te ajudar a poupar

Por mais que a gente se esforce, nem sempre é fácil juntar dinheiro, por diversas razões. Mas essa tarefa é absolutamente necessária. 

Para te ajudar nesse aprendizado, sugerimos o desafio das 52 semanas. Ele é fácil de seguir, dá bons resultados e funciona assim:

• Guarde determinada quantia de dinheiro toda semana, ao longo de 1 ano;
• Comece com valores pequenos e vá aumentando aos poucos;
• O segredo para chegar a um montante maior ao final das 52 semanas é aumentar a quantia a cada 7 dias. Por exemplo, se você começar depositando R$ 5, deve depositar R$ 10 na segunda semana, R$ 15 na terceira e assim por diante. No final, o valor acumulado será de R$ 6890. Se começar com R$ 10, no final do ano você terá R$ 13780;
• Registre tudo em uma planilha;
• Deposite o acumulado em títulos do Tesouro Direto, que rendem mais do que a poupança – ou na própria poupança no começo, se achar mais simples. O importante é manter essa roda girando a seu favor.

Curioso para descobrir mais maneiras de otimizar suas finanças? Acesse nosso portal para mais dicas valiosas!