Ideias e inspirações para desacelerar e aproveitar melhor a vida - adília belotti - o melhor dos 50 - fifties mais

Simplificar a vida: 10 ideias para desacelerar e aproveitar melhor o seu dia-a-dia

A ideia de simplificar a vida, conhecida como ‘simplicidade voluntária’, não é nova e vai além dos maiores de 50 anos. Os gregos antigos já sonhavam com uma vida menos ávida e mais próxima da natureza. 

Mais recentemente, no final do século 19, o escritor americano Henry David Thoreau se destacou como um grande defensor da frugalidade. Em seu livro “Walden”, ele criticou o materialismo da sociedade americana e pregou a necessidade de uma vida mais simples e conectada com a natureza.

Em 1981, Duane Elgin, outro americano, modernizou e deu um formato pragmático à poesia de Thoreau em seu livro “Simplicidade Voluntária”. Ele definiu a simplicidade como “um estilo de vida exteriormente simples, mas interiormente rico”. Elgin esclarece: “Simplicidade nada tem a ver com miséria: a pobreza é involuntária e debilitante, a simplicidade, ao contrário, é voluntária e enriquecedora”. 

Inclusive, nos Estados Unidos, há até um Dia Nacional da Simplicidade, celebrado em 12 de julho, e uma Semana Nacional do Downshifting, incentivando as pessoas a adotar a frugalidade em seu dia a dia.

A busca incessante por possuir e consumir pode esconder um grande desperdício de energia e um certo grau de frustração. Os pensadores contemporâneos acreditam que, a longo prazo, a riqueza precisará ser redefinida: em vez de bens materiais, experiências; em vez de heranças, memórias. 

Tempo, silêncio e contato íntimo com a natureza podem se tornar nossas moedas do futuro, como já imaginava Thoreau.

Embora a ideia de uma vida simples possa parecer difícil para aqueles com filhos, carreira e outras responsabilidades, hoje, o chamado para uma vida mais simples ressoa com ainda mais força. 

O consumo é o aspecto mais evidente da simplicidade. Pesquisas indicam que os idosos têm uma tendência perigosa a acumular tralhas, tanto físicas quanto emocionais. Desapegar-se dessas bagagens é um desafio significativo nesta fase da vida. 

O termo inglês ‘downshifting’, que pode ser traduzido como ‘reduzir a marcha’, tem sido usado para inspirar movimentos ‘slow’ que ganham cada vez mais adeptos pelo mundo. Iniciado na Itália com o slowfood, o movimento promove a ideia de ‘comer devagar’. 

O objetivo dessas variações é sempre abrir espaço na vida para refazer nossas conexões com o mundo ao nosso redor, com a família, a comida e os lugares onde vivemos, buscando equilibrar os aspectos pessoais, sociais e espirituais da existência.

Essa abordagem é fundamental para quem deseja integrar a vida urbana corrida com nossas necessidades interiores de calma, tranquilidade e uma verdadeira conexão com a natureza

Como Duane Elgin sugere em seu livro: “Trabalhe para desenvolver todas as suas potencialidades: físicas (correr, andar de bicicleta, caminhar); emocionais (descobrir aquelas habilidades fundamentais numa relação, como intimidade e senso de comunhão); mentais (engajar-se em projetos para toda a vida, como ler, fazer cursos etc.); e espirituais (por exemplo, aprender a se mover através da vida com a mente quieta e o coração cheio de compaixão)”.

Adotar a simplicidade voluntária pode parecer um desafio no início, mas os benefícios para a saúde mental e física são imensos. Ao desacelerar e focar no que realmente importa, encontramos mais tempo para as experiências que enriquecem nossas vidas e criam memórias duradouras.

Pensando nisso, selecionamos dez ideias para simplificar a vida depois dos 50. Quais seriam as suas?

10 ideias para simplificar a vida depois dos 50

1. Jogue fora o que não serve mais

O que você não usa mais, o que você não gosta mais (e talvez nunca tenha gostado). Jogue fora seus erros, seus enganos, seus equívocos, sem dó. Desfaça-se das roupas que um dia vão servir, dos presentes que não agradaram (eventualmente, fique apenas com a memória do carinho de quem deu). 

Crie espaços vazios na sua casa e na sua vida. Simplesmente. Esses espaços vazios trazem uma sensação de liberdade e renovação.

2. Desfaça-se aos poucos de tudo que gasta sua energia e não lhe traz nenhum prazer

Na nossa idade, como diz um amigo, não temos pressa, mas não temos tempo para perder. Elimine atividades, compromissos e relacionamentos que drenam sua energia. Foque no que realmente importa e te traz alegria. Este é o momento de priorizar o que faz seu coração bater mais forte.

3. Fique meia hora por dia sem fazer nada

Relaxe e deixe sua mente divagar. Envolva-se nesse momento, como se ele fosse o último ou o primeiro da sua vida. Esse tempo de inatividade é vital para o descanso mental e emocional, permitindo que você se reconecte consigo mesmo e recarregue as energias.

4. Cuide de seu corpo

Cuide do seu corpo como um músico cuida do seu instrumento. É com ele que você extrai a música da sua vida. Mantenha uma rotina de exercícios, uma alimentação balanceada e cuide da sua saúde. 

Lembre-se de que seu corpo é seu bem mais precioso, e merece ser tratado com carinho e respeito.

5. Seja seu melhor amigo, afinal

Dizem que no final de sua vida, o psicanalista C.Gustav Jung gostava de contar a história dos Naskapi, um povo que vivia isolado na Península do Labrador, no Canadá. Esses solitários caçadores tinham que confiar nas suas vozes interiores. Não tinham mestres religiosos, nem rituais, festivais ou cerimônias. 

Na sua visão básica e essencial da vida, eles confiavam no seu espírito, chamavam-no ‘companheiro’, ‘amigo’, que significava “Grande Homem”. Ouviam, conheciam e confiavam nele. Aprenda a confiar em sua intuição e seja gentil consigo mesmo.

6. Observe o que tem ao seu redor

Jung também dizia que tudo à nossa volta fala de nós e é nesse ‘em volta’ que encontramos todas as oportunidades de nos expressar, de afirmar nossa presença no mundo. “Num apartamento sem alma, num meio sem alma”, dizia, “é fácil perder a noção da própria individualidade”. 

Tem certeza de que as coisas e as pessoas que cercam você hoje expressam aquilo que você de fato é? Se concluir que não, mude tudo e crie uma história nova para falar de você! Permita-se viver em um ambiente que reflita sua verdadeira essência.

7. Depois dos 50, agradecer precisa virar um hábito

Simplificar a vida inclui começar a devolver para o mundo o que você ganhou. Seja concretamente, seja desenvolvendo a compaixão e a capacidade de se identificar com o sofrimento dos outros, seja se engajando em causas que se identifiquem com o bem coletivo. 

Pratique a gratidão diariamente, reconhecendo as pequenas e grandes bênçãos em sua vida. Isso transforma sua perspectiva e traz mais alegria ao cotidiano.

8. Cuide da sua ecologia interna

Os taoistas ensinavam que não se deve cultivar o gosto pela tristeza, pela amargura, pelo ressentimento. Troque tudo por uma única coisa essencial, segundo os mestres chineses: entusiasmo. 

Encha sua vida de positividade, busque atividades que te façam sorrir e mantenha-se rodeado de pessoas que te inspiram. O entusiasmo é a chave para uma vida plena e feliz.

9. Aprenda a gostar da vida

Um único dia vale mais do que uma montanha de ouro, ensina o poeta japonês, Urabe Kenko, “se você não gosta da ideia da morte, precisa aprender a gostar da vida”. Simples. Encontre alegria nas pequenas coisas, celebre as conquistas do dia a dia e viva com intensidade. Aprecie cada momento como único e especial.

10. Viaje de forma leve!

Viaje com apenas uma mala (ou mochila?), como ensina Dominique Loreau no livro “A Arte da Simplicidade”. Mas que ela seja impecável. Da melhor qualidade, leve, elegante. Que não machuque sua mão e seja fácil de carregar. 

Que você curta a ideia de tirá-la do armário e viajar com ela. E que ela envelheça com você. Viajar leve não só facilita a logística, mas também permite que você aprecie a jornada sem se preocupar com o excesso de bagagem. Aproveite cada viagem como uma oportunidade de crescer e aprender.

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