“Graças à terapia, me tornei uma mulher segura e aberta ao amor”

Conheci um homem em um aplicativo de paquera. Ele é americano e estava de férias em São Paulo. Marcamos um jantar, tivemos esse encontro e foi só isso. Não rolou beijo nem nada. Embora tenhamos nos conectado fortemente naquela noite. Em seguida, ele retornou ao seu país.

Passamos a nos falar todos os dias por facetime. Por dois meses. O interesse mútuo foi crescendo, crescendo. Até que eu falei para o Luiz: “Não dá pra gente ficar numa relação totalmente virtual. O que você acha de voltar para o Brasil pra gente se conhecer melhor?”. Dois meses depois ele estava aqui e passou uma semana na minha casa.

Graças a Deus deu tudo certo! A gente se curtiu, se gostou. Deu match 100%. Depois, ele voltou para a terra dele, porque tem um emprego fixo. Na época, eu não tinha o visto para entrar nos Estados Unidos. Então, só o Luiz poderia vir para a gente se ver. E assim foi. Três meses depois ele veio pra cá pela segunda vez e ficou duas semanas comigo. Em seguida, eu obtive o visto e, em pouco tempo, viajei para Miami e fiquei duas semanas com ele. Recentemente, fui outra vez. Faz um ano que estamos namorando dessa maneira.

Por morarmos longe um do outro, as coisas se desenrolam num tempo mais lento. Então, nesse primeiro ano, fomos nos conhecendo, trocando experiências pra ver se era isso mesmo o que a gente queria. Falamos muito sobre construir uma vida juntos, só que isso requer uma grande mudança para um de nós dois. Ou eu ir morar lá, ou ele vir morar aqui. Ou a gente ficar indo e voltando. Estamos estudando as possibilidades. Não sabemos ainda o que será viável, porque também existe a questão financeira. Vamos fazendo os movimentos de acordo com o que é possível nesse momento.

Nos falamos todos os dias de manhã e à noite. Dessa forma a gente vai mantendo e cultivando a nossa relação. É difícil, dói, tem dias em que eu choro de saudade, o coração fica apertado. Mas também fui me acostumando com a distância, foi ficando um pouco mais fácil conviver nessa dinâmica.

Somos muito parecidos em termos de gostar das mesmas coisas. A vida fica muito gostosa quando você tem alguém para compartilhar o dia a dia, conversar, nutrir o corpo e o coração com amor, afeto, sexo, amizade, parceria. Como o Luiz é um cara especial, assim como o nosso encontro, eu me dispus a viver essa história. Vale muito a pena investir, ter paciência, dedicar um tempo da minha vida para ver onde isso vai dar. E eu vejo que os dois estão se empenhando nessa direção.

A estrutura emocional que sustenta o laço afetivo

Claro que, por trás disso tudo, existe muito trabalho interior. Me trabalhei muito emocionalmente desde os 19 anos fazendo diversos tipos de processos terapêuticos, a começar pela formação em terapias holísticas, que durou três anos, seguindo para oito anos em terapia junguiana, umas três sessões de constelação familiar e, mais recentemente, o método de Barras de Access, com o qual venho me dedicando intensamente até os dias de hoje.

Todos esses processos contribuíram imensamente para o meu amadurecimento e desenvolvimento. Para eu me tornar uma mulher adulta e segura. Eles foram importantes para eu romper com padrões comportamentais que me colocavam em relacionamentos tóxicos, ou ao lado de homens que não estavam disponíveis para viver aquilo que eu gostaria de viver em uma relação a dois saudável.

Acredito que, para viver um vínculo de amor equilibrado, é necessário se conhecer muito bem para poder compartilhar sua intimidade com alguém. Também é necessário estar disposta a ter muita paciência, diálogo e compreensão sobre o universo particular do parceiro, que provavelmente vai trazer algumas diferenças em relação ao seu.

Aqueles que estão perdidos, inseguros, não se conhecem, vivem de forma inconsciente sobre a importância de amadurecer, não investem em terapias para evoluir como ser humano, tendem a desenvolver relacionamentos muito difíceis de se sustentar. Os desafios estão sempre aí, viver por si só já é desafiador, imagine viver acompanhado? Se o parceiro tem mais qualidades do que defeitos, porque ninguém é perfeito, vale a pena o desafio que uma relação afetiva requer.

Nossa história durou um ano e meio. No final das contas me mudei para os Estados Unidos mas, depois de alguns meses, entendi que o meu lugar é aqui. Vivemos muitas coisas lindas e o relacionamento foi até aonde podia ir. Foi muito importante aprender a chegar nesse lugar de consciência e entender que nossa história tinha acabado. O bom da maturidade é o amor próprio e a coragem de escolher algo melhor. Temos o direito de escolha de algo que seja verdadeiramente uma contribuição para nossas vidas.

O que eu desejo a essa altura da minha jornada é construir uma família, viajar muito pelo mundo, compartilhar minha vida com um homem que me ame, respeite e valorize.

*Relato de Arandi Ferreira Vasconcellos, 43 anos, terapeuta holística, de São Paulo, capital.

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Uma resposta

  1. Que belo e poderoso trabalho!Mulheres VIVAS e INSPIRADORAS!
    quero fazer parte desta equipe, desta comunidade!Sou Adriana Ferreira,criei a metodologia Corpo.Inteiro e trabalho com Sonhos e o Corpo há 40 anos!!!! Uma expert disponivel para interagir 🙌

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