O movimento feminista tem uma longa história de lutas e conquistas, com mulheres de diferentes gerações se engajando em diversas causas ao longo dos anos.
No entanto, o papel das mulheres maduras no ativismo nem sempre recebe o reconhecimento que merece.
Embora muitas vezes associamos o feminismo a jovens ativistas, as mulheres na terceira idade têm muito a oferecer ao movimento, trazendo sabedoria, experiência e uma perspectiva única.
Este blogpost explica como essas mulheres estão fazendo a diferença e por que é essencial valorizar suas vozes no feminismo.
Uma história de resistência e transformação
O feminismo não é uma novidade para muitas mulheres maduras. Elas viveram décadas marcadas por transformações sociais e, em muitos casos, foram protagonistas de mudanças significativas.
Durante a juventude, algumas dessas mulheres enfrentaram restrições severas em termos de direitos e liberdades. O acesso ao mercado de trabalho, à educação e à saúde reprodutiva, por exemplo, era limitado ou até mesmo negado para muitas. Assim, ao longo dos anos, elas acumularam uma história de resistência que não pode ser subestimada.
Hoje, essas mulheres continuam a lutar por igualdade, não apenas para si, mas também para as novas gerações.
Ao integrar o ativismo feminista, elas trazem à tona questões específicas da sua idade, como o enfrentamento ao etarismo (preconceito contra pessoas idosas), além de estarem na linha de frente de temas mais abrangentes, como o combate à violência de gênero e a desigualdade salarial.
O impacto do etarismo e o papel do feminismo
O etarismo é um dos preconceitos mais difundidos e, paradoxalmente, menos abordados na sociedade. As mulheres idosas enfrentam estigmas que vão desde a suposta perda de valor e capacidade até a invisibilidade social.
Essa realidade torna a luta feminista na terceira idade ainda mais relevante. As ativistas maduras questionam estereótipos, defendendo o direito de envelhecer de forma digna e respeitosa, enquanto lutam contra a ideia de que, com o passar dos anos, as mulheres perdem seu lugar de fala.
Além disso, o feminismo interseccional, que considera múltiplas formas de opressão, tem se mostrado uma ferramenta importante para que essas mulheres expressem suas demandas.
O etarismo, quando combinado com outras formas de discriminação, como o machismo e o racismo, resulta em experiências únicas de exclusão, que apenas as mulheres maduras podem relatar com propriedade.
Mulheres maduras que inspiram o ativismo
É importante destacar algumas figuras que estão fazendo a diferença no feminismo após os 60 anos. Essas mulheres mostram que o engajamento e a luta por justiça não têm idade e que a terceira idade pode ser um período de ativismo renovado e transformação social.
1. Gloria Steinem
A renomada jornalista e ativista Gloria Steinem, aos 89 anos, continua sendo uma voz poderosa no movimento feminista global.
Desde os anos 60, ela tem lutado pelos direitos das mulheres e, mesmo hoje, permanece ativa em campanhas que buscam igualdade de gênero. Steinem não apenas defende causas feministas, mas também abraça questões interseccionais, como os direitos dos povos indígenas e a justiça ambiental.
2. Angela Davis
Filósofa, professora e ativista, Angela Davis tem sido uma figura central no feminismo negro e no movimento pelos direitos civis desde os anos 60. Aos 80 anos, ela continua a inspirar uma nova geração de feministas, defendendo a abolição do sistema prisional, a justiça social e os direitos das mulheres negras.
Davis mostra que o ativismo não é apenas uma fase, mas um compromisso de vida.
3. Lélia Gonzalez
Embora Lélia Gonzalez tenha falecido em 1994, seu legado continua a influenciar o feminismo brasileiro. Ela foi uma das pioneiras na discussão sobre a opressão de gênero e raça no Brasil, e seu trabalho continua relevante para as mulheres que enfrentam múltiplas formas de discriminação.
A sua contribuição serve de inspiração para muitas ativistas maduras, que veem em seu exemplo uma prova de que a idade não diminui a potência das ideias e das lutas.
4. Sueli Carneiro
Filósofa e ativista brasileira, Sueli Carneiro, aos 73 anos, permanece como uma das principais vozes do feminismo negro no Brasil. Fundadora do Geledés – Instituto da Mulher Negra, ela continua lutando contra o racismo e o sexismo, inspirando mulheres de todas as idades. Seu trabalho pioneiro na intersecção entre gênero e raça tem formado gerações de ativistas.
5. Luiza Erundina
6. Ruth Bader Ginsburg
Ruth Bader Ginsburg (1933-2020) serviu como Juíza da Suprema Corte dos Estados Unidos até seu falecimento, aos 87 anos. Conhecida como “Notorious RBG”, ela foi uma incansável defensora dos direitos das mulheres e da igualdade de gênero. Seu legado na jurisprudência americana e sua luta por justiça social continuam inspirando gerações de mulheres na área jurídica e no ativismo, provando que a idade nunca foi um obstáculo para fazer a diferença.
A importância da sororidade entre gerações
O feminismo na terceira idade nos lembra que a luta pela igualdade não é feita apenas por jovens. Mulheres de diferentes idades têm muito a aprender umas com as outras, e essa troca de experiências enriquece o movimento.
A sororidade entre gerações fortalece o feminismo, pois permite que as mais jovens aprendam com a experiência das mulheres com mais idade, enquanto estas se inspiram no vigor e nas novas perspectivas das ativistas mais jovens.
Esse diálogo intergeracional também contribui para a construção de um movimento mais inclusivo e diverso. Ao incorporar as demandas das mulheres maduras, o feminismo amplia sua abrangência, abordando temas como a menopausa, os cuidados na velhice e o impacto do envelhecimento na sexualidade feminina.
Esses tópicos, frequentemente ignorados, são fundamentais para garantir que o feminismo seja, de fato, um movimento para todas.
O ativismo na terceira idade como forma de empoderamento
Para muitas mulheres, o ativismo na terceira idade é uma forma de empoderamento pessoal. Ele representa uma oportunidade de reivindicar um papel ativo na sociedade, recusando-se a aceitar a invisibilidade que frequentemente acompanha o envelhecimento.
Mulheres maduras que se envolvem com o feminismo mostram que ainda têm muito a contribuir, sendo agentes de mudança e não meras espectadoras.
O ativismo nessa idade também oferece uma alternativa ao isolamento social, comum nessa fase da vida. Ao se engajar em causas feministas, essas mulheres encontram redes de apoio e espaços onde suas vozes são ouvidas. O que não só ajuda a combater a solidão, mas fortalece a autoestima e o senso de pertencimento.
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