Coisas de avó: 8 regras para as avós da nossa época

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Nos Estados Unidos existe uma associação de avós. Criada em 2012, pela Grandparents.com, Inc, a American Grandparent Association (AGA) tem 2 milhões de membros e um objetivo claro: criar um fórum para os avós compartilharem os desafios e experiências de ser avô e avó nessa nossa época.

O público-alvo da associação, avisa Ellen Breslau, editora responsável pelo site Grandparents.com, são basicamente os quase 6 milhões de americanos que, em virtude de inúmeras circunstâncias, cuidam de seus netos e, eventualmente, até substituem os pais em algumas ou em todas as funções.

Você, como eu, ficou surpresa? Pois é…tornar-se avó não é nada trivial hoje. Começando pelo fato de ser um fenômeno coletivo e compartilhável. Você consegue imaginar seu pai trocando ideias com algum outro recém-avô sobre a melhor forma de lidar com o neto? Ou sua mãe participando de um grupo de ajuda para lidar com a neta adolescente? Quem sabe ambos indo para uma ‘escola de avós’?

Nada disso, avozices eram coisas vividas nas cozinhas e nos quintais das famílias. E suspeito que sequer chegassem a ser um assunto que merecesse maiores reflexões. Eram coisas da vida, simples assim… Mas não para nós. 

Afinal, não fomos nós mesmos que inventamos os questionamentos e subvertemos os valores lá atrás, quando tínhamos 18? Por que seríamos avós como os de outros tempos?

Netos trazem a perspectiva do nosso legado

Quando meu neto nasceu, senti que tinha ganhado um lugar no futuro. Filhos são filhos, mas netos são… descendência! 

Talvez nossa única e tão humana forma de imortalidade! Ao mesmo tempo, apenas porque ele nasceu, me tornei uma espécie de guardiã do passado. Como se me coubesse a tarefa de entregar a ele sua própria história. Sou mãe dos meus filhos. E virei avó. Assim, no susto, como, imagino, todos nós.

Quero ser uma boa avó, claro. Mas esses novos netos vão exigir mais de nós, acredito. Por isso, para reinventar o jeito de acolher essas criaturinhas de sonho, precisamos de…regras!

Barbara Graham, colunista do GrandParents e organizadora de um livro com 27 histórias de avós escritas por autoras americanas famosas, como Beverly Donofrio, Bharati Mukherjee e Judith Guest, Eye of My Heart (ainda não publicado no Brasil), faz algumas sugestões. 

Veja se você concorda (e se acrescentaria alguma):

1. Boca fechada

Isso mesmo, não pense que só pelo fato de ser avó você adquiriu direitos sobre seu neto. Tenho amigas que tropeçam sem parar em atos falhos cabeludos, do tipo vou pegar meu filho…er, digo, meu neto, no berçário! Nossos filhos têm o direito de serem pais. À sua moda. Palpites apenas quando eles pedirem.

2. Nossos netos não são nossos

Pois é. Você pode ser amada como mãe, mas vai ter que provar que merece confiança e é uma boa avó. Humildemente, mãos à obra.

3. Os jeitos certos (e errados)

Os jeitos de cuidar dos bebês mudam (por que não mudariam se todo o resto muda?). E respeitar as regras que os nossos filhos estabeleceram para os filhos DELES é sinal básico de sabedoria. Ah, e aprenda rápido como lidar com slings, carrinho de última geração e aplicativos que substituem as babás eletrônicas do “nosso tempo”.

4. Mãe de filho ou mãe de filha

Cá prá nós, é natural que essas jovens mães contem com suas mães para ajudá-las mais do que com as mães dos seus maridos. Instaurar uma competição de avós deve ser uma das ideias mais infelizes que alguém já teve. O nascimento de um neto é tempo de alegria e de colaboração.

5. Não invada, espere ser chamada

Tenho um amigo que diz: “seja como os bombeiros, eles não andam pelas ruas à cata de serviço, não invadem a casa de ninguém procurando potenciais focos de incêndio, apenas ficam lá, esperando. Quando são solicitados, no entanto, descem aquelas colunas e em minutos resolvem as situações mais dramáticas. Todo mundo adora os bombeiros!” Vamos inventar os avós-bombeiros? Disponíveis, mas “na sua”.

6.Não guarde mágoas

Barbara Graham volta ao tema “competição”. Em tempos de divórcios e novas famílias, sempre tem quem queira brilhar mais do que todo mundo no quesito presentes exorbitantes X excesso de bolos de chocolate, por exemplo. E o conselho da autora, embora não seja prático, ajuda: “o coração é um músculo generoso, capaz de amar muito, muita gente, tudo ao mesmo tempo”. Não perca tempo com disputas. A gente saiu do ginásio faz tempo.

7. Arranje uma vida

É difícil. Mas a metáfora do bombeiro é útil aqui também. Não somos tão parte da vida dos nossos filhos quanto poderíamos desejar. Nem tão indispensáveis. E isso, acredite, é bom.

8. Prepare-se para adaptar expectativas

Um dia eles moram na casa ao lado. No outro, embarcam para uma temporada no Japão. Fomos nós que criamos esses cidadãos do mundo e agora não adianta chorar. Dá para manter a intimidade em circunstâncias alternativas. Um pouco de criatividade, skypes, whatsapp, messengers, quem sabe umas aulinhas de computador e zero tempo para lamentações ajudam.

E, então, gostou das nossas dicas? No fundo, talvez a gente só precise de uma regra. Não estamos mais no controle. Já tivemos nossos filhos e já lidamos com eles da forma como achamos melhor. Agora, somos assistentes, disponíveis e amorosos. E é bom, feito sobremesa!

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